EFEITO DA EXPOSIÇÃO A UM AMBIENTE ENRIQUECIDO NA PREVENÇÃO DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS, MORFOLÓGICAS E MOLECULARES EM MODELO ANIMAL DA DOENÇA DE PARKINSON.
Resumo: A Doença de Parkinson (DP) é uma enfermidade neurodegenerativa caracterizada pela morte dos neurônios dopaminérgicos da parte compacta da substância negra. O processo neurodegenerativo observado na DP desencadeia uma série de disfunções motoras como, por exemplo, o tremor de repouso, rigidez muscular, desequilíbrio e hipocinesia. Embora a DP seja definida como uma doença motora, atualmente é bem aceito na literatura que pacientes com DP manifestam declínio e outras alterações cognitivas. O declínio cognitivo tem sido descrito frequentemente nos estágios mais precoces da doença, antes mesmo dos sintomas motores, sendo que, com o curso da doença, a magnitude deste declínio aumenta. Geralmente as alterações cognitivas precoces mais comuns são aquelas relacionadas à memória declarativa e as habilidades operacionais complexas como o foco atencional, memória operacional e flexibilidade cognitiva, as quais dependem da integridade funcional do hipocampo e córtex pré-frontal. O tratamento farmacológico da DP tem como base a reposição dos níveis de dopamina utilizando-se o precursor dopaminérgico 3,4-dihidroxifenilalanina (L-DOPA) e/ou o uso de agonistas dopaminérgicos. Porem, estes medicamentos não previnem o avanço da doença e agem somente sobre os sintomas motores não sendo efetivos na melhora dos aspectos cognitivos do indivíduo. Diante dessas complicações, tem surgido a proposta de novas estratégias terapêuticas com o objetivo de não somente reverter o quadro motor do paciente, mas também prevenir o desenvolvimento da DP e tratar os sintomas mais precoces da doença como, por exemplo, o déficit cognitivo. O ambiente enriquecido (AE) é um paradigma no qual animais são expostos a um ambiente que fornece uma variedade de estímulos que visam aumentar a capacidade sensorial, motora e cognitiva dos mesmos. Uma série de estudos tem mostrado que a exposição ao AE promove benefícios fisiológicos, morfológicas e moleculares que incluem aumento da arborização dendrítica, gliogênese, neurogênese e modificações da expressão de genes ligados à plasticidade neuronal. Por isso, a exposição ao AE facilita processos de aprendizagem e memória, atenua os efeitos do estresse, da ansiedade e da depressão, e previne o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. Nesse contexto, este estudo pretende investigar se a exposição ao AE é capaz de prevenir as alterações cognitivas, motoras, morfológicas e moleculares num modelo murino já bem descrito da DP (MPTP) utilizando-se camundongos C57Bl/6. Além disso, o estudo objetiva identificar e entender os principais mecanismos e correlatos subjacentes à neuroproteção induzida pela exposição ao AE e fornecer evidências sólidas que justifiquem a prática de atividades sociais como forma de prevenção da DP.
Data de início: 01/08/2013
Prazo (meses): 24
Participantes:
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Nome |
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Aluno Mestrado | WILLYAN FRANCO HILARIO |
Coordenador | RITA GOMES WANDERLEY PIRES |
Vice-Coordenador | CRISTINA MARTINS E SILVA |